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Insônia

          A insônia é um dos mais comuns distúrbios do sono na sociedade moderna. A dificuldade para iniciar e manter o sono aflige desde crianças e adolescentes até adultos e idosos. A insônia gera grande desconforto ao paciente desde o início do quadro, mas afeta de maneira decisiva a qualidade de vida daqueles pacientes em que o quadro se cronifica e arrasta-se por muitos anos. Além de afetar a qualidade do sono e a sensação de descanso do paciente após uma noite de sono mal dormida, a longo prazo a insônia pode determinar distúrbios do humor como depressão e ansiedade e agravar quadros de dor crônica.

            Existe um fator genético de predisposição ao desenvolvimento de insônia, sendo possível observar casos de tendência familiar marcada para o desenvolvimento do distúrbio do sono. Nestes casos, em geral existe um relato de que desde a infância o paciente apresentava um sono frágil, perdendo facilmente noites de sono frente a adversidades do dia-dia que seriam consideradas normais por outros indivíduos. 

        O início do quadro de insônia, em geral, está relacionado a um fator desencadeador, que causa o início de um ciclo de noites mal dormidas seguidas de dias com fadiga e irritabilidade. São comuns entre esses fatores desencadeadores brigas e situações de stress no ambiente familiar ou profissional. 

        Atualmente a demanda de carga de trabalho e a expectativa constante por resultados profissionais são fatores desencadeantes comuns, assim como preocupação excessiva com relações familiares e parentes. Os indivíduos muitas vezes vivem em estado constantes de hiper-alerta e preocupação, causando a situação fisiológica chamada de stress. Neste contexto muitos vêem atividades de lazer e relaxamento e o próprio sono como "perda de tempo". Esta é a receita ideal para o início do quadro de insônia.

          Por vezes a insônia é iniciada em um quadro de distúrbio psicológico ou psiquiátrico. Pacientes com dor crônica, com transtorno de ansiedade, depressão ou outros, frequentemente desenvolvem insônia no desenrolar do seu quadro clínico.

          Após o início do quadro de insônia, frequentemente os pacientes desenvolvem hábitos pouco saudáveis que acabam reforçando o distúrbio do sono. Como exemplo podemos citar a tentativa de "aproveitar o tempo" sem dormir para produzir, trabalhar ou ficar na internet de madrugada. O uso de eletrônicos à noite, tão comum hoje em dia, também é prejudicial ao sono e dificultar o tratamento.
 
              O início do tratamento da insônia se dá pela avaliação do quadro por médico especialista em sono. Devem ser pesquisados os hábitos do paciente e investigados distúrbios do humor e distúrbios psiquiátricos para que sejam adequadamente abordados por médico especialista. O paciente deve receber orientação sobre higiene do sono. Trata-se de um conjunto de hábitos e comportamentos saudáveis que deve-se adotar em relação ao sono para que o tratamento do sono não seja sabotado pelo próprio paciente. Sem a adesão do paciente a esses comportamentos, o tratamento da insônia fica muito difícil.
 
          O uso de medicações na insônia tem um papel importante que é o rompimento do ciclo da insônia. Uma repetição de noites mal dormidas que levam a uma ansiedade própria em relação ao sono. O rompimento deste ciclo ajuda de sobre-maneira o paciente a progredir no tratamento. As medicações são fundamentais para tratamento de distúrbios do humor associados. Alguns especialistas optam por realizar polissonografia em pacientes com insônia para estudar a arquitetura do sono e diagnosticar outros distúrbios do sono associados.
 
         Uma parte fundamental do tratamento é a realização de psicoterapia. Existe um tipo específico de psicoterapia, chamado terapia cognitivo-comportamental. Este tratamento tem extensa literatura científica comprobatória e ótimos resultados em pacientes que se comprometem com a sua realização. Pode ser realizada individualmente ou em grupos. a falha do paciente em iniciar ou persistir no tratamento psicoterápico é que em geral leva à necessidade de uso prolongado de medicações hipnóticas, que a longo prazo podem determinar efeitos colaterais e habituação.   

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