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A narcolepsia é um distúrbio neurológico do sono caracterizado por intensa sonolência excessiva durante o dia, levando o paciente a ter ataques irresistíveis de sono. Apesar da sonolência excessiva ser uma característica importante desta doença, existem outras condições patológicas que cursam com apresentação semelhante, e uma avaliação cuidadosa com história clínica e exames complementares deve ser feita para confirmar o diagnóstico. Outras manifestações que podem ocorrer na narcolepsia são: fragmentação do sono, alucinações no início do sono ou logo ao despertar, paralisia do sono e cataplexia (fenômeno de perda de força muscular intensa frente a emoções intensas).
A narcolepsia é uma doença de etiologia genética, rara, e que pode apresentar-se logo na infância ou adolescência. É frequente que os pacientes, antes do diagnóstico, tenham que suportar estigma social de ser preguiçoso ou desinteressado pelo estudo ou trabalho devido à sonolência excessiva diurna, que frequentemente prejudica o desempenho do paciente nas suas atividades diárias.
A avaliação do paciente deve incluir pesquisa de condições patológicas que possam causar sonolência diurna como hipotiroidismo ou depressão. A polissonografia é importante para diagnosticar outros distúrbios do sono que possam ser diagnóstico diferencial, como apnéia obstrutiva do sono.
Logo após a realização do exame de polissonografia, o paciente deve realizar o exame específico para diagnóstico da narcolepsia, chamado de teste das múltiplas latências do sono. Para a realização deste exame, o paciente permanece um dia inteiro com a monitorização neurológica usada para a realização da polissonografia. Durante esse dia, o paciente recebe cinco oportunidades de tirar um cochilo de 20 minutos. O diagnóstico é feito de acordo com o número de vezes que o paciente apresenta sono nesses cochilos, e principalmente pelo número de vezes que entra em sono REM. Existem outros testes que podem ajudar a caracterizar o diagnóstico de narcolepsia, como testes genéticos e exames do líquido encefalo-raquidiano, porém estes testes são realizados apenas em contexto de pesquisas clínicas.
O tratamento da narcolepsia envolve o uso prolongado de medicações. A principal classe de medicação utilizada é a dos promotores de vigília como modafinil. Nos casos em que a ocorrência de cataplexia é frequente e traz prejuízo à qualidade de vida do paciente, também são utilizados anti-depressivos. Nos casos em que há outras doenças associadas, o seu tratamento e acompanhamento adequado são fundamentais para a boa evolução do caso.
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