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O sonambulismo é uma das manifestações de um distúrbio do sono chamado parassonia ou distúrbio do despertar parcial. Neste grupo de distúrbios do sono o paciente apresenta eventos de despertar incompleto, em que fica em um estado intermediário entre a vigília e o sono. Durante estes eventos ele pode andar pela casa, apresentar fala inteligível ou ininteligível (sonilóquio), apresentar reações emocionais de pânico ou terror (terror noturno) e apresentar comportamentos sexuais ou alimentares involuntários.
Durante os eventos, o paciente pode interagir com o ambiente e objetos do dormitório, abrindo portas e gavetas por exemplo, mas são comuns comportamentos bizarros como comer comida fria, jogar comida no chão e outras atitudes estranhas. Comportamentos violentos não são comuns, assim como não é comum o paciente machucar-se ou ferir terceiros. Apesar disso, recomenda-se um ambiente seguro para o paciente como evitar objetos perfurocortantes no dormitório e janelas protegidas por telas.
A parassonia tem característica genética e pode apresentar herança familiar. Ocorre com frequência na infância, adolescência e no adulto jovem, e costuma reduzir sua intensidade e frequência com o envelhecimento. Em alguns casos pode persistir durante a vida adulta.
A ocorrência de parassonia pode ser influenciada por diversos fatores que perturbem a qualidade do sono, como ambiente de dormir desfavorável (temperatura, ruído, etc.), stress e ansiedade, ronco, apnéia do sono e obstrução respiratória. O diagnóstico é iminentemente clínico, baseado nos relatos e história clínica das manifestações. O exam de polissonografia é realizado para diagnóstico diferencial de outros distúrbios do sono, como epilepsia noturna ou distúrbios de movimentos.
A primeira abordagem terapêutica é o esclarecimento ao paciente e familiares sobre a natureza e a benignidade da patologia. A simples redução da ansiedade em relação ao diagnóstico pode ajudar a reduzir as manifestações. Em seguida é importante corrigir erros comportamentais relacionados ao sono como excesso de eletrônicos e luz artificial à noite e um aconselhamento completo a respeito de higiene do sono. Em casos que a ansiedade é um fator importante deve-se fazer tratamento psicoterápico e farmacológico, quando necessário. Se as crises forem intensas, frequentes e estiverem trazendo transtorno ao paciente ou à família, podem ser utilizadas medicações para bloquear as manifestações noturnas.
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